Feira do Pensamento e da Filosofia

Já sabem que eu sou só um eco da Guerra e Paz editores. Eles dizem e eu repito. Se estivesse nos vossos sapatos, ia a correr fazer estas compras. Que por acaso até podem e devem ser feitas de pés descalçados e em casa.

Eis o melhor da humanidade: o pensamento. E já acrescento: a liberdade de pensamento. Contra todas as velhas ditaduras, a de Salazar e a de Estaline, contra obscurantismos trump ou bolsonarianos, contra o insidioso e camuflado controle da ditadura chinesa o pensamento humano tem-se erguido e continuará a erguer-se, arrebatado, cristalino, inspirador.

O livro ama o pensamento. O livro nasceu, aliás, da aliança da linguagem e do pensamento. A Guerra e Paz orgulha-se de acolher no seu catálogo um vasto conjunto de títulos que nos oferecem rasgadas avenidas de liberdade, de reflexão, de interrogação sobre nós mesmos, sobre o sentido da vida e do universo. A começar por esta Apologia de Sócrates, em que Platão nos apresenta um filósofo, o seu mestre, que inaugurou essa ideia de que é dentro de nós mesmo que o processo de conhecimento se inicia e se estabelece que a razão é  só a razão nos pode guiar.

Juntámos esses livros e, neste tempo que devia ser o da Feira do Livro de Lisboa, criámos esta Feira do Pensamento e da Filosofia. Oferecemos-lhe 22 livros. Por preços de que nem vamos falar. E aos leitores cujas compras atinjam ou ultrapassem os 30€, ainda lhes oferecemos um livro gigantesco, de 30 por 30 cm, a edição de luxo de Fama e Segredo da História de Portugal, de Agustina Bessa Luís, os últimos exemplares da que foi a primeira edição publicada pela Guerra e Paz.

Temos nestes 22 títulos, livros de filosofia clássica, como a Breve História da Filosofia Moderna ou os Estudos sobre Heidegger, que teve o Prémio Pen Clube, mas temos também livros de filosofia política (Como Ser um ConservadorMemórias de Raymond Aron), filosofia da saúde (Testamento Vital), livros de intervenção social como os polémicos Destruir o Fascismo Islâmico e A Ideologia Afrocentrista ou Combates pela Verdade.

E queremos mesmo oferecer-lhe dois livros que ainda não chegaram às livrarias e estão em pré -compra. Um é o Porquê a Europa, Reflexões de um Sinólogo, um livro de amor à China e de veemente crítica ao actual poder, um livro que se interroga sobre as razões pelas quais a autonomia individual e a liberdade política foram sufocadas na cultural chinesa.

O outro, que só chegará ás livrarias a 26 de Junho, é Na Farmácia do Evaristo, de Fernando Pessoa, um texto quase desconhecido do grande público, um conto filosófico e político, na linha de O Banqueiro Anarquista, centrado numa tentativa de golpe de estado, que ocorreu em Lisboa, a de 18 de Abril de 1925. O que pensam as personagens de Pessoa de um golpe de estado? É legítima a insurreição de tropas que juraram fidelidade a um regime e à sua lei? Será toda a revolução uma traição, uma «aleivosia»? O que teria Fernando Pessoa escrito sobre o 25 de Abril se ainda estivesse vivo?

Esta é uma Feira para se pensar! Oferecemos 22 livros em que se encontra a serena alegria da descoberta. De Deus ao cérebro, num exame da consciência e da mente, dos cuidados do corpo à vertigem do suicídio, são livros que nos dizem e juram que o mundo é uma coisa estranha, afinal. De uma intensa beleza também.

Fantasmas coloniais

LUanda

Bica Curta servida no CM, 5.ª feira, dia 22 de Agosto

Esta é a minha centésima bica curta no CM. Para desbundar memórias afectivas, bebo café de Angola, dose certa de robusta misturado ao suave arábica. Bebo e leio o que disse ao “The Economist” um ex-ministro das finanças do Zimbabué, malhando no regime: “Hoje lavo-me num balde como se isto fosse a Rodésia do Sul de 1923.” As vozes livres de África não se calam. Na televisão de Luanda, o poeta e romancista angolano José Luís Mendonça foi claro: “O colonialismo hoje tem de ser repensado. Será que o colonialismo foi assim tão mau?”

A África será tanto mais livre quanto acerte contas, sem preconceitos, com os fantasmas do passado.

O novo PREC

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Há uns anos tive o prazer de subir esta escadaria: UCLA

Bica Curta servida no CM, 3.ª feira, dia 16 de Julho

O novo PREC, Polémica Racial Em Curso, tem um mérito: pôs a nu o medo na universidade. Num artigo veemente e frontal, o sociólogo Gabriel Mithá Ribeiro acusou a universidade de ostracizar quem não pensa pela cartilha de esquerda nas chamadas ciências humanas.

Mas o medo de falar – essa velha insídia salazarista – já passou da universidade à vida social. O espectro de décadas de pensamento unidimensional, a que a esquerda se rendeu, assombra cada conversa, cada bica curta. Há uma ameaça de censura e de exclusão, que não honram a liberdade de pensamento e a vontade de saber que esquerda e direita não extremistas têm de partilhar.

Angola em Guerra e Paz no Pavilhão D 48

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No Pavilhão D 48, lá em cima, no topo da Feira do Livro, a Guerra e Paz não tem propriamente dias temáticos. Ou seja, hoje, no Pavilhão D 48, não é propriamente o Dia de Angola, mas, às 17:30, virá assinar autógrafos o nosso autor, Carlos Taveira (Piri), de quem publicámos agora mesmo um romance, ASSIM ESCREVIA BENTO KISSAMA, com personagens que têm duas coisas para nos nos dizer e a quem nós gostaríamos também de dizer duas ou três coisas, o que inclui todas as nossas angústias com a Guerra Civil, com os jovens mortos em combate, com os racismos (todos), com a desilusão da política, a desilusão do amor, a ilusão até do sexo. Tomemos então a parte pelo todo e faça-se desta sexta-feira, o Dia de Angola, no Pavilhão D 48, que tem a cartela da foto que está lá em cima como uma das suas mais bonitas decorações.