O plástico e a enzima

Carbios

Bica servida no CM, 4.ª feira, dia 27

Levamos a bica à boca e há 24 compostos do café que vão a correr fazer festinhas a uma enzima, a NMNAT2, que ajuda o nosso corpinho a combater a demência e a o Alzheimer. Viva a bica curta.

Mas o composto de enzimas de que falo é outro e já está em uso em França, por uma start-up, a Carbios, para reciclar o plástico, esse horror de 348 milhões de toneladas de sacos e garrafas que sujam o mundo. Incorporadas na fabricação, as enzimas criam um futuro plástico 100% biodegradável. Aplicadas ao velho plástico bandido reciclam-no em 100%. Quem nos salva são as start-ups, quem nos salva é a ciência e a tecnologia. Cem por cento!

Ecologia e astrologia

Michael_Shellenberger

Bica Curta servida no CM , 5.ª feira, dia 15 de Agosto

Michael Shellenberger é um herói ambientalista, vencedor do Green Book Award. Sem papas na língua disse o que pensa do conceito de pegada ambiental: valor científico zero, igualzinho ao da astrologia ou da ideia de que a Terra é plana. Mais, disse que muitos activistas, em que se inclui a menina sueca Greta Thurnberg, só pretendem aterrorizar e deprimir o povo com soluções que levam à pobreza. Por motivação política e ataque à economia e à economia capitalista. São mais moralistas do que ambientalistas.

Michael defende o nuclear limpo, o ataque aos problemas por meios tecnológicos e o uso sustentado da natureza. Vale a bica curta.

Não matem a cotovia

Bica Curta servida no CM, 4.ª, dia 7 de Agosto

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Andam outra vez a matar cotovias, se me deixam parafrasear o título do velho romance. Quem agora tomba são os militantes ecológicos. Como tordos. Em 15 anos foram assassinados 1558 defensores do ambiente. Os crimes aconteceram em 50 países, sendo as Filipinas o mais perigoso. Na América Latina a razia é também aterradora: matam-se ecologistas, advogados, membros de ONG, activistas. Destes assassínios, 90% ficam sem condenação e até sem investigação. O manto da corrupção e o violento conluio das autoridades cobrem o massacre.

Beba-se ou não a bica curta com a militância ecologista, esta matança é simplesmente bárbara e cobarde

Massajar o ambiente

Bica servida no CM, 3.ª feira, dia 4 de Junho

painel-paisagem-verde

Direita e esquerda democráticas, as alternativas à gestão do bom e abençoado capitalismo, deviam sorver dia a dia a causa ecológica como quem saboreia a bica cheia. Se procuramos uma mão invisível, que massaje com natural ternura o ambiente, essa mão é a da economia de mercado, da livre iniciativa e a da inovação tecnológica.

E não é por pensamento mágico. Vejamos: a oferta e a procura obrigam o mercado a satisfazer o consumidor e o consumidor quer limpo e verde. Depois, a competição exige um desenvolvimento que só a ciência e a tecnologia sustentam. E há essa coisa da propriedade: querermos limpo e a brilhar o que é nosso.

Tigres e bambus

JADAV

Cinco dias e cinco noites, sozinho na selva, e eu estaria morto e enterrado. Nós, homens da cidade e da bica curta, já não somos senhores da natureza. Digam isso a Jadav Payeng, cidadão indiano. Aos 16 anos, voltou à ilha da sua tribo numa acção de reflorestamento. Plantaram umas árvores e ala que se faz tarde. Mas a Payeng roeu-lhe a alma ver deserta a ilha dos antepassados. Sozinho, ficou 30 anos a plantar arbustos, árvores, bambus. Criou uma floresta de 550 hectares, onde há, hoje, tigres, rinocerontes, cobras, milhares de aves. Elefantes de visita.

Não somos senhores da natureza, mas há homens que são senhores de si mesmos.

Bica Curta publicada no CM, a 12 de Março