Bica Curta servida no CM, 5.ª feira, dia 20 de Junho
O que têm os pés de João Félix que as mãos de Agustina, Lobo Antunes, Camões, juntas, não têm?
O Atlético de Madrid pagou 120 milhões e uma bica para ter João Félix na sua lustrosa estante. É o que os portugueses pagam, num ano, pelos livros das estantes lá de casa. Os pés de um miúdo de 19 anos valem quase o mesmo que o nosso miserável mercado do livro. Benfiquista, e editor, confesso: adoro os pés de Félix, as mãos de Agustina e Lobo Antunes. Mas o livro, ao contrário do pé de Félix, já não marca golos. O livro está fora de jogo: mais um penalty e morre. Grito e não é golo: livros e livrarias são bichos em extinção. Alerta!
Ainda bem que não gosto de futebol! Preços obscenos por alguém que amanhã ninguém lembrará. Há o desporto e o negócio (a propósito do futebol) como lembrava o prof. Moniz Pereira, fazedor de campeões e esse sim merecedor de atenções.
Este país de iletrados paga isso por estantes inexistentes?!?! Tudo isto é uma anedota. Terei hoje acordado para o lado errado?…
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Gonçalo, nã… a tua embirração com o football é já proverbial 🙂
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Eu gosto do garoto. Suponho que tenha jeito para o futebol. Mas as mãos dos outros dois não têm preço. Mesmo que eu lhes compre um avo de pele para ler e pôr na estante. E, graças a Deus e a mim, posso fazê-lo. Ainda.
O desporto, hoje, é um grande negócio.
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Ser um grande negócio é o que eu queria que os livros também fossem.
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Um jogador de futebol não produz nada, um operário ainda faz alguma coisa de produtivo. Dá espectáculos na sequência romana do pão e circo. Vejam o que aconteceu ao Renato Sanches, incensaram o rapaz até ao apagamento. Não é ser pessimista mas tenho a impressão que o Félix é um 2º Renato Sanches.
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Albertino, espero bem que não. Eu gosto do Félix. Mas a verdade é que eu também incensava o Renato. Ah, ele há-de voltar!
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