É que tenho mesmo muita pena. Mas porque é que esta canção de José Afonso não foi a bandeira da minha geração? Porque raio é que fomos atrás do Dylan e dos ventos que ele soprava. Porque é que a voz clara deste José não foi a nossa imbatível referência estética? Referência universal estética e não referência parcial e política.
Também lá estive e lembro-me das “praias do mar” em “manhãs claras”. Acendemos fogueiras e fomos, noite fora, até romper o primeiro raio da madrugada. Isso devia ter sido um programa de vida, muito mais do que um ocasional estandarte político. Bem antes de haver Abril, que esses anos, de 70 a 73, tinham só 11 meses e moiras encantadas. Esta canção, o José desta canção é mais do que um programa político. É a proclamação de um programa de vida, fusão cósmica com a natureza e com o sonho.
A primeira canção do Zeca que aprendi de fio a pavio. Nela se expressa um ideal que me ganhou às primeiras palavras. É uma canção jovem para jovens de todas as idades. Mas jovens. Ou não vão a lado nenhum.
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É bem possível, Bea…
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Tenho para mim e parece que não estou enganada que o meu Bob sempre se chamou Zeca
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Acho muito bem, mas eu gosto dos dois 🙂
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