
Bica Curta servida no CM, 3.ª feira, dia 9 de Julho
Não há nenhuma ironia, só beleza na morte de Eva Kor. Judia, sobrevivente de Auschwitz, Eva veio morrer, agora, à mesma Auschwitz, aos 85 anos, na sua visita anual ao infame campo de morte nazi.
Mais do que reclamar ajoelhadas desculpas, Eva prodigalizou perdão. Vítima das experiências bárbaras do médico Mengele, Eva proclamou que devemos perdoar aos nossos piores inimigos. Criou, em Indiana, na América onde vivia, um museu para lembrar e perdoar. No amor ao inimigo encontrou, disse, a sua libertação. Explicava: para o amor não é preciso legislação, nem governos, cada um é soberano. Eva bebe agora a bica cheia da eternidade.