Noutro dia, um amigo meu ficou sem travões no carro. Vinha da Estados Unidos da América em direcção a Entrecampos e não teve remédio senão ir raspando com o popó na divisória central para perder velocidade e não atropelar ninguém. Um anjo ou a própria Virgem Maria, que já por cá não aparecia desde 1917, puseram-lhe a mão por baixo e o carro acabou por parar como se desejava. O que ninguém deseja é que a economia americana trave de repente. Mas a economia americana está, dizem-me, em desaceleração e em guerra com a chinesa, que por sua vez começa a ficar toldada por um nevoeiro que se adensa.
Aqui, nesta velha Europa, as velhas e relhas receitas populistas assombram e escurecem o chuvoso reino Unido, com o malfadado Brexit, mas também a mediterrânica Itália. Em França, Macron continua encandeado pelos reflexos dos coletes amarelos, enquanto a Alemanha se auto-suspendeu politicamente, tal como o espectador de cinema (mas este por melhores razões) suspende a descrença quando entra na sala. Com estas sombras e este crescente rumor de fundo é preciso ter-se descaramento para se entrar optimista em 2019. Eu sou um desses descarados e tolos optimistas.
Pois é, para onde foram os “alemões”?
Eu também sou optimista, Manuel, mas evito ser descarado.
Sem sequer me lembrar disso, sei que as tristezas não pagam dívidas. 🙂
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Eu já levo seis décadas a acreditar. Ou seja, já é irreversível.
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Bom, também sou de acreditar. Suponho que viver perseverando no optimismo, nos faça – a nós e a quem nos rodeia – mais bem dispostos e aceitáveis.
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Acreditemos que fax bem à pele 🙂
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