Escrevi esta carta a Jean Seberg. Há quase onze anos que estou à espera de resposta. Vieram bater-me à porta dizendo que ela me tinha mandado um filme. Fui a correr. Tropecei, arrastei-me pelo asfalto, mas entrei na cheia sala de cinema. Vi, frame a frame, o filme e vi bem que não era dela. Nem era ela.
Estão fechados os correios do céu, é o que é. No paraíso como neste purgatório que é a terra.
O cinema é, sem qualquer dúvida, a melhor fabrica de deusas.
Tantas que merecem cartas – e poemas – de amor (o Manuel deve ter escrito umas quantas a estas “malvadas deusas”)…
E a Jean Seberg tem mesmo qualquer coisa de especial… é muito mais que uma menina com cabelo à rapazinho e um corpo esguio.
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cabelo e corpo que cortam à faca a nossa memória
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