
Parece que os espertos do marketing dizem que quando não se consegue fazer uma coisa boa, faça-se pelo menos grande. E se não se consegue grande, faça-se vermelha. Graças a Deus. (Que, se existir, é de certeza bom, grande e vermelho, acrescento.)
Este meu lindo livro (e de vez em quando dá-me para falar deles) junta, nos seus 15,5 por 22 centímetros de envergadura, que, para o que é, não é grande, duas qualidades: é bom e é vermelho.
“Red”, escrito por Stéphanie Busuttil-César, é uma pequena jóia para os olhos. Capa dura revestida a tecido, é vermelho por todos os lados por onde se olhe. Na capa vermelha tem gravadas, em baixo relevo, as letras RED, a vermelho, e a vermelho foi pintada a superfície exterior das folhas do miolo. Não é um livro, é a perfeita capela celebratória da mais bela e convulsiva das cores.
Abre-se e tem pouco mais de 10 e convictas páginas para nos dizer o que nosso cérebro nos diz sempre que vemos uma coisa vermelha: “Agarra essa coisa, agarra-a depressa, mesmo que ainda não saibas para que serve, agarra-a porque é vermelha.” A partir daí e até à página 300, o livro é um festival de imagens reproduzidas num papel creme, de 150 gramas. Pintura, fotografias, é uma generosa e vermelha iconografia que atravessa os tempos, a geografia e os géneros.
Gosto tanto que não consigo dizer mais nada. Prefiro mostrar-vos três, apenas três das mais gloriosas expressões de que, vermelho, o vermelho é capaz.

é um portento de luxo, erotismo e teatralização.

Megalómana, sumptuosa, gloriosa explosão
do vermelho no rosto da paisagem.

Tem toda a razão