Bem sei que é de Cole Porter. Bastaria para que fosse História. E há canções de que gostamos por terem sido História. Tê-la cantado Ella Fitzgerald só a faz ainda mais História.
Perdoem-me se penso e me atrevo a dizer que K. D. Lang arrancou “So in Love” da História e fez contemporânea a paixão que Porter louvou em 1948. Pouco interessa que o céu se encha de estrelas: é negríssima noite o que sai da voz de Lang. Quem aqui ama, ama com absoluta consciência de amar sozinho. Não é uma separação que se chora, é lúcida memória num oceano de solidão o que sai da boca desta mulher .