Tem dias. Dias em que me apetece correr os estereótipos a pontapé. Outros dias em que beijaria o primeiro estereótipo que me saísse debaixo da pedra a que tivesse dado um pontapé. Dou um exemplo, esse lugar-comum, essa frase batida, «les beaux esprits se rencontrent», que tem uma variante portuguesa plebeia, a saber, «os extremos tocam-se». Topo com esse estereótipo e estava capaz de lhe morder a orelha com um apetite de Mike Tyson ou de o pôr KO ao primeiro gancho de esquerda, fosse eu Muhammad Ali.
Mas foi uma raiva que logo engoli quando me pus a pensar que Adolf Hitler e Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido por Lenine, nunca trabalharam. Hitler viveu de pensões que lhe permitiram viver em Viena de Áustria a roçar o cu pelas paredes e Lenine às custas da mãe que o financiava, permitindo-lhe a sua carreira de revolucionário profissional. Nunca trabalharam. Une-os o elo, o festivo laço do estereótipo.
Dois grandes filhos da mãe é o que eles foram. Para ambos um inferno comum não basta. Portanto, espero que estejam os dois à parte, que nem a sofrer e noutro mundo são dignos de estar perto da outra gente.
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Isso de castigos já não sei nada 🙂
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