
Há sempre outra forma de dizer as coisas. Há muitos anos, Michel Leiris, um francês esquecidíssimo, ensinou e, por um feliz acaso de leitura, ensinou também ao “eu” que eu era aos 18 (?) anos, que a escrita é uma forma de tauromaquia – como o amor e a foda do amor. Escrever é expor-se: um tipo escreve como um matador dança à frente de um touro em pontas. Se o touro marra, um tipo esvai-se em sangue. Para delicadezas é melhor que se escolha outro ramo.
Agora, ouço o recado, o pequeno e delicado conselho que Bukowsky, o orgânico Bukowsky, deu (talvez não exactamente como Rilke) a todos os futuros escritores. Ouvi-o e, para castigo, ficarei a ouvi-lo todo santo dia, toda a santa noite.
Num blogue brasileiro que eu sigo com algum interesse, Gigantes da Literatura Mundial, o Bukovski é um dos mais citados, ao lado da Clarice Lispector, Dostoievski, Nietzche, Machado de Assis. Não se pode dizer que os brasucas não têm bom gosto.
LikeLike
Albertino, meu caro, claro que sim, que os brasileiros têm bom gosto. E têm um final de século XIX e um século XX de grande literatura, de música prodigiosa, e de pensamento e reflexão. A pena que eu tenho de conhecer tão pouco ( e estou a falar a sério).
LikeLike