É ele. É este. A imagem acima reproduz um dos sete retratos de Shakespeare (1546-1616) que especialistas e museus discutem ter sido pintados durante a sua vida. Para sermos matemáticos, este teria sido pintado 6 anos antes da sua morte. Testa alta, nariz recto, olhos escuros e rasgados, a boca a que o inverno de Stratford-upon-Avon deu um toque de rouge, são estes os traços do autor de Hamlet e da Tempestade.
Os raios X e as imagens de infra-vermelhos dos experts foram conclusivos e não nos deixam mentir. Ou melhor, deixam. Há uma especialista de século XVII que garante ser este um retrato de um poeta cuja morte, por mão criminosa, agitou o seu tempo, com um escândalo tablóide de verter sangue pelas pedras da calçada.
Mas que seja Shakespeare. Gosto da cara dele – mais jovem do que os 64 anos que já teria – acho, enfim, que tem boa pinta. Devemos-lhe um mundo e o teatro desse mundo. Mas quantos, como diz Borges, não tiveram de matar o seu rei para que ele pudesse escrever Hamlet ou Macbeth?