O anjo e o burro

Manifestation des parents d eleves d ecole de quartiers populaires de Montpellier contre la reforme Blanquer
foto da revista Marianne – MAXPPP

Bica Curta servida no CM, na 5.ª feira, dia 8 de Novembro

No jornal “Monde”, 90 franceses acusaram a lei que proíbe o uso do véu, de ser sinal de ódio ao Islão. O véu seria um pilar da identidade islâmica. Agora, cem homens e mulheres de confissão muçulmana assinaram um manifesto e desmentem as caridosas e paternalistas almas francesas. Os cem muçulmanos juram que o uso do véu não é imposto pelo Corão: é, antes, um sinal obscurantista, uma forma de subordinação da mulher. Contra o fascismo islâmico, estes muçulmanos defendem a lei da república francesa.

Disse Pascal, a beber a bica curta: “O infortúnio faz que, às vezes, quem quer fazer de anjo acabe a fazer de burro.” Cá também.

Despedido por e-mail

racisme

Bica Curta servida no Cm, 4.ª feira, dia 26 de Junho

Salazar despedia ministros mandando-lhes um miserável bilhete pelo motorista. The Press 87, editor inglês do escritor francês Pascal Bruckner, despediu o seu autor por e-mail curto: nem para uma bica o convidou! Bruckner escreveu “Um Racismo Imaginário” e tem opiniões desassombradas sobre o fundamentalismo islâmico.

O editor, muçulmano, jura defender a liberdade de expressão e a independência ideológica, mas escuda-se na pressão dos leitores, que terão acusado Bruckner de suposta islamofobia. E ele, claro, lava as mãos como Pilatos: em vez de ser editor é uma câmara de eco. A acústica da liberdade de expressão caiu na lama.