O maior dos direitos

Bica Curta servida no CM, 3.ª, dia 6 de Agosto

solidário
O dever de sermos solidários

A indignação, o malabarista direito à indignação, está gordo de sobrevalorizado. A indignação é, tantas vezes, a forma de atribuir aos outros, sejam quem forem, a responsabilidade de todos os males. Pilatos também se indignou e até lavou as mãos. Quando nos indignamos, se ao mesmo tempo não agirmos e não dermos soluções, não estaremos a usar as vítimas como estandartes da nossa boa consciência? O caminho da verdade é melhor do que o da indignação.
Quem vale mais? Quem se indigna ou quem resolve? Só onde se cria saber, riqueza, diversidade e abundância é que diminuem as vítimas. Eis o maior dos nossos direitos: ter deveres.

A criada e os pobres

O susto

Bica Curta servida no CM, na 5ª feira, dia 2 de Maio

Eusébia, personagem de “O Susto”, romance de Agustina, sai-se com uma boca guerrilheira: “O mal dos pobres não é serem pobres, é continuarem a sê-lo…”

Eusébia é uma criada, dedos sujos, molho de favas no avental, e quer acabar com os pobres. Mas há quem precise que os pobres sejam pobres para os desfraldar como estandarte, ao vento leste, sai lá. Bem se pode mostrar-lhes que o maior bem-estar está nas Suécias, Noruegas, Suiças, apostadas na prosaica equação de trabalho, capital, empresas, para acabar com os pobres. Querem lá saber: jamais trocarão os vistosos hinos da indignação pela chata bica quotidiana da competência.