Em 2050 haverá já 6 milhões de pessoas com 100 anos de idade, contra as 340 mil que, entre os que estão em cadeiras de rodas, os que saltam como papoilas em aldeias chinesas e os sensatamente acamados, estão ainda hoje a dar sinal de si. Estes dados constam de um estudo da revista médica britânica Lancet e eu quando um médico fala meto logo a pistola no coldre.
Acredito e não tenho dúvidas: vamos ter de viver duas vezes para aguentarmos a chatice dos 105 e 110 anos. É preciso começar já a pensar esse mundo geriátrico. Reformas laborais precisam-se. Imagino que se trabalhará dos 25 aos 45, com reforma até aos 65. Regresso ao mundo do trabalho nessa altura, com nova carga de trabalho até aos 85 e reforma definitiva a seguir. Os casamentos só serão autorizados a maiores de 35 anos, estabelecendo-se o seu máximo prazo de validade em 25 anos. Em todo o caso, aos 65 anos serão extintos todos os relacionamentos existentes, desfazendo-se com brandymel ou licor beirão os sinais de adictividade que possam existir, e exigindo-se um brand new start (em português, um recomeço limpinho) aos então maduros cidadãos.
Um conselho careta aqui deste mundo adolescente: cuidado com as escolhas, afinal you only live twice.