Esta é a segunda cena que escolho de The Godfather. Vêm aí mais três

De um padrinho a outro. De pai para filho. Ambos são heróis macbethianos: povoam as imagens do Padrinho de sangue e morte, escuridão e insónia. Mas há alguma diferença entre ser-se criminoso em Shakespeare ou em Coppola: no Padrinho, antes dos crimes, há os beijos que os homens trocam, cerrados apertos de mão, há o pai que roça o desconsolado ombro do filho.
Quando escrevi isto não sabia que esta cena nem sequer estava no argumento original do filme. Coppola sentiu uma tremenda falha no filme, a da dolorosa passagem de testemunho de um Padrinho a outro. De um pai a um filho: um pai que renuncia ao sonho de ver um filho ganhar o direito a uma vida legítima, dentro da lei e do bem comum.
Desolação e desconsolo tombam sobre a conversa que começa em acção e passa ao sussurro, com a música de Nino Rota a vir instilar-se quase em surdina. “I don’t know… I dont know”, mas sei eu e sabemos todos que uma tristeza má tomará para sempre conta do olhar destes dois homens. Pai e filho.
Olá Manel, Gostei muito, como certamente de outros que nem sequer li. A minha vida ressente-se arduamente de eu ser muito trabalhadora. E responsável (ou intelectualmente honesta ?!). Não faço ideia por que motivo, mas deverá remontar à infância e será talvez, por defeito, por educação. Obrigada pelo post. Irei ler outros, certamente. Enormes felicidades!
Enviado do meu iPhone
> No dia 04/05/2021, às 18:57, A Página Negra de Manuel S. Fonseca escreveu: > > >
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Teresa, seja bem vinda. Sempre que possa e queira, está claro. E quando se tem prazer no trabalho, maravilha.
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