
Esta é a minha araucária. É minha, por ser a araucária que vem, todos os dias, assomar-se à minha janela e espreitar para dentro de casa. Gosta de ver se estou de chinelos ou descalço, se trago dois pares de peúgas nos dias mais frios. Olha-me com uma ponta de ironia e duas simétricas pontas de ternura. Tudo lhe devolvo em admiração e algum amor: minha querida conífera.
Faz-nos bem ter uma árvore a espreitar à janela, não é coscuvilhice, Deus nos livre de pensá-lo. É antes a curiosidade amorável de quem nos conhece e quer bem. Tenho assim uma árvore e pássaros lestos no peitoril. Não é araucária, é um deus benévolo de braços abertos em todas as estações..
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