Correndo o risco de desiludir alguns dos seguidores desta página, quero dizer-vos que a Página Negra vai sofrer uma considerável mudança. Deixarei de publicar aqui as crónicas de que sou autor na imprensa portuguesa e deixarei de escrever aqui os textos mais pessoais, e de estados de alma, com que por vezes vinha atormentar a vossa paciência, fosse a propósito de uma finta, chulipa ou um golo de bandeira, fosse a propósito de uma curta saia numa tarde de Verão, ou de um soluço sufocado no escuro de um cinema.
Sou, como sabem, editor da Guerra e Paz, e tenho algum orgulho no trabalho feito nos últimos anos. Mais ainda no trabalho que fizemos (somos uma equipa, sim!) nestes sete meses de 2020. Quero concentrar-me nesse trabalho. E quero escrever, como o fiz no no estudo que precede o erótico Bordel das Musas, nas introduções ao Manifesto Comunista, Mein Kampf e Pequeno Livro Vermelho, ou nos recentíssimos textos que antecedem a Apologia de Sócrates, de Platão, e Na Farmácia do Evaristo, de Fernando Pessoa.
Vou deixar de escrever aqui, para escrever mais. Mais a sério, tentando não me levar demasiado a sério. Mas, por querer manter viva a Página Negra – ninguém tem o direito de apagar ou ignorar uma página negra! – darei aqui muito mais notícias das publicações da Guerra e Paz e dos textos, meus ou de outros autores. Vão ver que v ai valer a pena.
Para começar, deixo-vos – lá bem em cima – a imagem dos oito livros recentemente publicado pela Guerra e Paz a que o Plano Nacional de Leitura acaba de dar o seu selo. Na Guerra e Paz já são 65 os títulos aprovados pelo PNL. Entre eles, e ao lado da Correspondência de Jorge de Sena e João Sarmento Pimentel, ao lado do maravilhoso livro de Fernando Venâncio, Assim Nasceu uma Língua, está a Apologia de Sócrates, o meu pequenino Platão, que traduzi e prefaciei. É o meu último estado de alma nesta Página Negra. A partir de agora, aqui trabalha-se para defender livros e autores, pluralismo e debate.
Manuel, que esse escrever ‘mais a sério’ não faça desaparecer a sua essência. Escreveu e publicou nesta ‘Página Negra’ belíssimas crónicas, com um especial toque de originalidade, oscilando, diria, entre pinceladas de Salvador Dalí e excertos de Tarantino… Sucesso, sempre! Continuaremos a cruzar-nos por aqui e noutras latitudes onde o livro é rei.
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Tatiana, obrigado pelo seu gosto de leitora. Junta-nos o prazer o da escrita e da leitura. Eu darei sempre notícias.
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Já estava com saudades!
“A partir de agora, aqui trabalha-se para defender livros e autores, pluralismo e debate.”
A partir de agora? Desde que comecei a visitar esta casa que é assim que tenho sido recebido. 😉
E se puder ir partilhando uns excertos mais sérios, a minha curiosidade agradece!
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Diogo, vou tentar. Estamos com “boa mão” na Guerra e Paz. Obrigado pela sua companhia.
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Não devia dizer isto, uma vez que é de sua inteira e livre vontade (e por um excelente motivo), mas fico triste com a notícia. Faz nos falta, é isso 🙂
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Flor, creia que me custa também, mas também me dá prazer levar uma editora no andor. Não desista, está bem?
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Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades! Venha a mudança se tem que ser! Sempre com livros.
Grande abraço!
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Vamos a isso!
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Vamos. Guerra e Paz.
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O que tem de ser tem muita força e se considera que não vamos sair perdendo; venha de lá a mudança.
Boa sorte nesse novo ‘escrever mais’. 🙂
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