Mãozinha chinesa

Bica Curta servida no CM, 4.ª feira, dia 4 de Agosto

livros

Debrucemo-nos sobre o passado e espreitemos o século XII. Vejam como a escrita sai dos mosteiros, da mão dos monges, e passa devagar para a mão do povo. E agora viremo-nos para a China: um século depois, o XIII, veio de lá o papel. Foi esse casamento, ler, escrever e ter papel, que fez a parte gloriosa da nossa civilização. Hoje, os ecrãs americanos e chineses, Apple e Huwaei, tomaram conta das nossas vidas e das dos nossos filhos.

Dádiva chinesa, o papel morre e com ele morre também uma forma de vida, os jornais e o livro. A China tira-nos com a mão esquerda, mãozinha digital, o que há oito séculos nos deu com a mão direita.

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2 thoughts on “Mãozinha chinesa”

  1. Eu, pessimista inveterado, afirmo que o livro não morre. Em Portugal o livro é caro e temos poucos hábitos de leitura. Mau para editores e livreiros…

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    1. Caro? Oh, Gonçalo, 13 a 15 euros é caro? E os bilhetes da Madona, meu querido amigo e companheiro? Sabes que 60% desse custo já é comido no circuito de distribuição e que ficam 40% para um editor pagar todos os custos e o autor?
      Mas olha, quando eu digo que o livro vai acabar (não acabou já?), é um optimista que te fala. Eu nada tenho contra a mudança – camoniano e zarolho, que mundo seria o mundo se não fosse composto de mudança! Esse mundo que desliza pelo digital como nós deslizámos pela maionese há de ter encantos, magia e milagre. Para a minha filha e para os netos que ela me prometeu um destes dias dar.

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