Titulado “Sognando l’Oceano”, a reportagem diz que a Bolívia, após uma guerra de 25 anos com o Chile, em 1904, assinou um tratado de paz que isolou o país do mar.
A Bolívia é, como o cozido das furnas, uma panela rodeada de terra por todos os lados. Querem mais angústia e razões para desamor patriótico? Mas os andinos. que “huelen a sangre y a gloria”, não se impressionam. Até hoje, a Bolívia mantém a Marinha como um ramo das forças armadas. Com aprumo, 5 mil marinheiros compõem a Força Naval da Marinha.
Exercitam-se na nobre arte da sua guerra no Lago Titicaca (nem o cacafónico nome os desmotiva), esperando que os 75 quilómetros de Chile que os separam do imenso Pacífico sejam um dia vencidos. Como diz um dos almirantes: “Se a Bolívia não chegar um dia ao mar, o mar chegará um dia à Bolívia”.
Para o nosso olhar cínico, europeu e sem pátria, são só marujos de cabotagem. Eles, crentes e poéticos, na impossibilidade de terem um navio escola, construíram uma escola em forma de navio e treinam-se com garbo, comemorando a 23 de Março o Dia do Mar com cujas ondas, sal e espuma sonham há 105 anos. A Bolívia é o único destino de sonho.
São até poéticos estes navegadores de brincadeira. E espero, sinceramente, que o mar chegue aos bolivianos.
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Navegar é preciso…
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Navegar é impreciso …
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ah, bem visto!
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