
De tão pleno, essencial, indedicável e inescutável rumor, o poema é o mais esplendidamente inútil de todos os gestos. Dos que conheço, pelo menos. O poema aparta a tua mão da minha, mas também, a noite, a alba, o dia…
De Jorge Luis Borges
La Víspera
Millares de partículas de arena,
Ríos que ignoran el reposo, nieve
Más delicada que una sombra, leve
Sombra de una hoja, la serena
Margen del mar, la momentánea espuma,
Los antiguos caminos del bisonte
Y de la flecha fiel, un horizonte
Y otro, los tabacales y la bruma,
La cumbre, los tranquilos minerales,
El Orinoco, el intrincado juego
Que urden la tierra, el agua, el aire, el fuego,
Las leguas de sumisos animales,
Apartarán tu mano de la mía,
Pero también la noche, el alba, el d
Véspera
Milhares de partículas de areia,
Rios que ignoram o repouso, neve
Mais delicada que uma sombra, leve
Sombra de uma folha, a serena
Margem do mar, a momentânea espuma,
Os antigos caminhos do bisonte
E da flecha fiel, um horizonte
E outro, os tabacais e a bruma,
O cume, os tranquilos minerais,
O Orinoco, o intrincado jogo
Que urdem a terra, a água, o ar, o fogo,
As léguas de submissos animais,
Apartaram a tua mão da minha,
Mas também a noite, a alba, o dia…
Pois que se apartem as mãos e que viva o poema.
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Viva mesmo.
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