Foi agora, no antecipadíssimo almoço de natal da Guerra e Paz editores. Comecei a provocar o Ilídio Vasco, ex-membro, para meu desgosto, de uma tuna académica, fuga demissionista que assim me impede de o seguir por aí em desgarradas e noites de estroinice. O Ilídio tocava pandeireta e guitarra, dançava e cantava. E logo descobrimos que temos outro músico e vocalista na equipa, o jovem Mário, que acaba de ressuscitar a sua banda das cinzas.
Começámos a trocar cromos e eu desenterrei guitarristas do passado, o Jimmi Hendrix, o Robert Plant e até uma memória caluanda do Filipe Mendes. O Mário, que andaria agora na tropa se fosse no meu tempo, conhecia-os tão bem como eu. Esmerei-me e consegui arrancar à Tundavala da minha memória um que ele não conhecesse. Consegui.
Eis Alvin Lee, dos Ten Years After, inglesíssimo, o mais rápido guitarrista do rock ‘n’ roll quando a rapidez contava. A tocar assim, em Woodstock, com a “Big Red” Gibson ES-335 nas mãos, Alvin Lee ensinou-nos que a música se toca à velocidade da luz.
Aqui, nesta canção memorável, tocada ao vivo, ele saca a mais bonita introdução de guitarra, do rock ou rock blues, de que me consiga lembrar. A este relâmpago pós-Woodstock chamou ele Love Like a Man.