Há dois momentos macabros na história da humanidade, no século XX: os campos de concentração nazis e os campos de concentração soviéticos.
Salvo para algumas cabeças descabeladas e furiosas, a denúncia e a prova da barbárie nazi foram um dado adquirido desde o final da Guerra, em 1945. Não foi tão fácil denunciar a barbárie estalinista. A ideologia e a bondade idealista dos amanhãs que cantam queimavam como um ferro em brasa qualquer prova da inenarrável dor e mortandade que escapasse das sombras do socialismo científico.
Este homem, Alexander Soljenitsin com uma só palavra, Gulag, quebrou o tabu e ajudou a libertar a humanidade de um pesadelo torpe. Uma palavra e duas mil páginas foram o legado de Soljenitsin. Um legado que nos fez mais livres e, acredito, mais humanos.