Ah, parece-me ouvir outra vez, escondida entre as palmeiras, a sua voz terna e sonora como o canto dos pombos. Oh noite encantadora, excitação divina, oh memória encantadora, louca embriaguez, sonho tão doce…
Eis o que, soubessem a minha boca e a minha cabeça cantar como cantam a boca e a cabeça de Michael Spyres, eu cantaria, feito um caçador de pérolas, a mando de Georges Bizet. Não inventámos nada, não podemos inventar nada – pesa sobre nós uma beleza esmagadora, vulcânica, funda e insustentável.
Je crois entendre encore
Caché sous les palmiers
Sa voix tendre et sonore
Comme un chant de ramiers.
Oh nuit enchanteresse
Divin ravissement
Oh souvenir charmant,
Folle ivresse, doux rêve!
Aux clartés des étoiles
Je crois encore la voir
Entr’ouvrir ses longs voiles
Aux vents tièdes du soir.
Oh nuit enchanteresse
Divin ravissement
Oh souvenir charmant
Folle ivresse, doux rêve!
Charmant Souvenir!
Charmant Souvenir!
Nem Placido Domingo canta melhor esta ária divina (subam o som):
Sabe o que penso? Que é uma pena haver muita gente que nunca ouviu cantar Michael Spyres e que nem conhece esta ária tão bonita. O rapaz é devastante, amolece mais que um canto de sereia.
LikeLike
Rapaz sereia, portanto. Lindo.
LikeLike
Excelente!
LikeLike
É mesmo. Obrigado por gostar.
LikeLike