Acompanhei e bebi bicas angolanas com quem queria um mundo perfeito. Traziam o poder na ponta de uma espingarda, no bolso um pequeno livro vermelho. Numa coisa não mudei: o que eu sonho ainda hoje com um mundo perfeito! E também não mudei noutra coisa: não sabia então e ainda menos sei hoje, como se faz um mundo perfeito.
Mudei, e mudei muito, numa coisa: tenho medo, muito medo, dos que afirmam saber como se faz um mundo perfeito. Têm sempre uma teoria refulgente, não cabem lá é as pessoas e a vida das pessoas. Prometem deitar fora a água do velho banho. Com tanta devoção teórica, que deitam fora o bebé com a água do banho.
Bica Curta, publicada no CM, na semana passada