O que faríamos de Edvard Munch se “O Grito” tivesse sido definitivamente roubado? (E sim, as duas versões que Munch pintou foram ambas roubadas. Depois, felizmente, recuperadas.) Deixaríamos de o admirar e venerar como pintor?
Haverá menos angústia nesta “Separação” em que desapareces silenciosa e branca e me deixas de atormentados olhos cegos? A mão, a minha mão, segura o quê, o peito cavo, o queimado coração?
E mesmo que “O Grito” tivesse sido estropiado, retalhado, não tremeríamos com a mesma ansiedade perante a intimidade desta “Maddona” tão serena e consentida a oferecer-se à Luz que do alto desce a nimbar-lhe as eróticas formas para que, feita senhor a tua vontade, hajas tu menino jesus?