Coisas da China

Estas foram Bicas Curta que eu escrevi no CM há uma eternidade, quase três semanas. Já o mundo mudou todo. 

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A China engole tudo

Margrethe Vestager, vice-presidente da Comissão Europeia, soltou o grito: travem a China, não a deixem engolir empresas estratégicas. Como engoliu a ONU, digo eu.  Engoliu a agricultura e alimentação (FAO), o desenvolvimento industrial (ONUDI), as telecomunicações (UIT), a aviação (OACI), quatro agências presididas por chineses, para não falar da saúde (OMS), presidida pelo seu candidato, o etíope Tedros Ghebreyesus.

Nenhum outro país tem, na ONU, sequer um terço da influência chinesa. É muito perigosa a hegemonia de uma ditadura totalitária, com raízes históricas bem mais agressivas do que a propalada e mítica paciência chinesa.

Para trás?

Vaticínios em cima de trauma dão besteira. O coronavírus é um trauma brutal. Vamos a caminho dos 130 mil mortos. Prognóstico: o caos. Mas tivemos massacres recentes mais devastadores. Em 1957, a gripe asiática matou dois milhões. E em 1968, a gripe de Hong Kong matou um milhão de pessoas. A humanidade saiu dessas catástrofes, criando sempre um mundo mais desenvolvido, com mais ciência, mais direitos humanos, mais bem-estar. Diz o povo: para trás mija a burra. Como em 57 e 68, temos de lutar por um mundo novo: que concilie liberdade e segurança, ciência e comércio. Com muito mais democracia, a começar pelo gigante que é a China.