A cinemateca e a direita

A Cinemateca Portuguesa, essa gema das instituições culturais nacionais, pode e deve ser reclamada pelo PSD, primeiro, e pela direita de governo, depois. (Eis o que é uma pura e dura opinião minha, que a mais ninguém obriga!)

Sem Vasco Pulido Valente, que foi Secretário de Estado da Cultura do governo AD, será que teria havido a clarividência necessária para transformar numa dinâmica estrutura, com futuro, o núcleo que, no velho regime, com persistência, o médico Félix Ribeiro, homem admirável, criara? E alguém, a não ser ele, chamaria para a dirigir João Bénard da Costa, inequívoco socialista? E sei bem, por um jantar no Gambrinus, a expensas deste vosso pobrete e alegrete escriba, da relação de funda amizade e comunhão intelectual que ligava o João ao Vasco.

Mas houve mais. Houve Lucas Pires e veio depois Santana Lopes. A graça é que deram ou reforçaram a autonomia da instituição, mostrando ter uma visão não autoritária da relação do poder com a cultura. E, nestes tempos mais recentes, Jorge Barreto Xavier, no governo de Passos Coelho, foi um exemplar herdeiro dessa tradição.

Tudo isto para vos trazer mais um “recuerdo” fotográfico, que me merece o seguinte comentário: porque raio é que eu sou sempre o tipo mais mal vestido? É inescapável o cosmopolitismo de Santana Lopes. tenho algumas dúvidas quanto à gravata do João Bénard. Mas a heterodoxia da minha gravata, calça e casaco, é que nem Eduardo Lourenço a justificaria.

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