Uma dedicatória de Sam Fuller

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Eram os tempos gloriosos da Cinemateca. Corriam, um à frente do outro, os meses de Abril e Março de 1988. Organizávamos então um ciclo dedicado a Samuel Fuller, dito cineasta de guerra, que tem num filme carteirista o seu melhor filme, o que tudo diz das ideias feitas e dos princípios da catalogação. Tocou-me a mim organizar o ciclo, a meias com o João Bénard – ou para melhor dizer, fui eu a metade que ele usou.

Com o Luís Miguel Castro fiz este catálogo, que nunca mais estava pronto. Já o ciclo ia adiantado e catálogo viste-o! Veio Fuller à estreia, e voltou a outras sessões, e catálogo está quieto. Já éramos amigos, fizemos festas, uma em casa do actual decano do cinema português, o magnífico António da Cunha Teles. Já Fuller era da família, amigo também da Antónia e talvez lhe tenhamos dito que para o ano haveríamos de ter um filho, que por acaso é a minha filha. O catálogo é que continuava de parto adiado.

Quando o livrinho chegou, corremos a pedir-lhe o autógrafo, e ele deixou-nos esta dedicatória tão bem zangada de ainda nem lhe termos dado um exemplar desta obra renitente.

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4 thoughts on “Uma dedicatória de Sam Fuller”

  1. e não diga o Manuel que não é uma dedicatória muito ela. Porque é. E, quem sabe, surgiu por causa do dito catálogo que nunca mais.

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    1. Olá, estimada Bea, andei por longe. Mas estou de volta. Agora, a Página Negra vai ser menos pessoal. Espero que seja, no entanto, mais profícua. Obrigado pelos seus comentários. Não me deserte.

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