do not go gentle into that good night

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A certas horas da noite a morte seduz e assusta-nos. Mas há convites a que não se pode ceder sem uma boa luta. Mesmo que o sonoro convite seja dito em “g” de gentle, consoante que o meu Aurélio diz ser fricativa palatoalveolar quando precede a vogal “e”, como é o caso neste poema de Dylan Thomas.

Gosto do ritmo, das rimas e do trovão de érres que se repete em  “Rage, rage against the dying of the light”.

Entre a doçura e a fúria, Thomas terá escrito este poema, inundado de vogais abertas, quando o pai adoeceu gravemente. Só o publicou depois dele ter morrido.

Vale a pena ouvi-lo na pessoalíssima voz (tão teatral) do poeta galês.

 

4 thoughts on “do not go gentle into that good night”

  1. Gosto deste poema e nunca o imaginaria dito desta maneira, quase melódica, quando o tom é mais pesado. Digo os últimos quatro versos para mim volta e meia… têm força.

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  2. Quem sabe foi deste poema que se lembrou Lobo Antunes quando deu a um livro o título, “Não entres tão depressa nessa noite escura”. O sentido é outro, ou será o mesmo. Não interessa.
    E fica muito bem dito na sua voz dramática e que a mim me parece quase comovida. Não sei se foi por amor que os deuses o chamaram. Ou se nem o chamaram e ele mesmo foi por seu pé e trambolhão. Ao contrário dele, a poesia que deixou dança até fora das linhas.

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